Alguma coisa acontece: 11 exposições para visitar em SP, além da Bienal
A cidade está repleta de novas e boas exposições. Se organizar direitinho, tem programa para o mês todo!
Nota da editora: Em semana de abertura de Bienal de São Paulo, claro que o tema em todos os lugares só poderia ser um só, não é verdade? Mas, para além da Bienal (que está maravilhosa, vale dizer), a cidade está cheia de novas exposições. Para inspirar o final de semana e/ou os rolês do resto do mês, trouxemos 11 exposições que acabaram de abrir e valem a visita. Caso queira mais sugestões do que fazer em SP, aproveite a leitura do Guia das Casas de Jazz, roteiro do que fazer sozinho em SP e dicas das cafeterias clássicas da cidade.
🚦Farol Verde
Bienal de SP + 11 exposições para visitar em setembro em São Paulo
🎨 Bienal de Arte de São Paulo: Não tem outro jeito a não ser começar falando da Bienal, né? A 35ª Bienal de Arte de São Paulo é tudo o que esperávamos e mais um pouco! Os 3 andares do Pavilhão da Bienal estão absolutamente repletos de obras impactantes e das mais diversas narrativas, num vai-e-vem de salas, instalações e galerias que te convida a “dançar” por entre os andares e descobrir novos e maravilhosos artistas e histórias. Fica a dica: sapato confortável é indispensável para a visita. A Bienal segue até 10 de dezembro e a entrada é GRATUITA.
📐 Sérvulo Esmeraldo no CCBB SP: Em um jogo de luz e sombra, plano e tridimensionalidade, desenho e escultura, o artista cearense conquista quem passa pelo CCBB. Sérvulo Esmeraldo dialoga com as formas geométricas, revelando sua maestria como artista e comprovando seu pioneirismo na arte cinética. A exposição GRATUITA no CCBB segue até 20 de novembro.
🍚 Gastronomia Coreana no KCC: A cultura coreana vem conquistando o ocidente com suas músicas e produções audiovisuais e agora é a vez de se deliciar com sua culinária! Além da exposição, o Centro Cultural Coreano oferece degustação, oficinas e cursos no Festival de Gastronomia Coreana, HANSIK. Todas as atividades são GRATUITAS, entretanto é necessário reservar o ingresso pelo site. Vale lembrar que os ingressos são liberados semanalmente, todos os sábados, às 12h. O festival segue até o dia 6 de outubro.
🏢 NENHUMLUGARAGORA: O Edifício Vera, um prédio histórico no centro de SP que reúne ateliês, exposições e residências artísticas, sedia a mostra off-bienal NENHUMLUGARAGORA. Ao todo são 141 artistas participantes, com trabalhos que ocupam todo o prédio, desde a portaria até o terraço no 10º andar. Visitas até 21 de outubro com entrada GRATUITA.
🏛️ Big Bang Boca, de Maria Nepomuceno: Uma explosão cósmica invade o Instituto Artium, transbordando cores e energias cativantes. A artista carioca Maria Nepomuceno preenche o lugar com reflexões e provocações, transformando o espaço em um universo de possibilidades infinitas. A exposição é GRATUITA e fica aberta para visitação até o dia 4 de novembro.
🔮 Cao Fei - o futuro não é um sonho: Cao Fei ganha sua primeira exposição individual na América Latina! A artista chinesa ocupa a Pina Contemporânea com seus trabalhos que refletem sobre a realidade e a virtualidade no mundo atual. A artista explora diferentes mídias, como vídeo, fotografia e instalação, para evidenciar as transformações das experiências humanas no século XXI. Aos sábados a exposição é GRATUITA, nos demais dias o ingresso custa R$30 (inteira) e R$15 (meia).
🧶 Sonia Gomes - Sinfonia das Cores: A produção de Sonia Gomes ganha novas dimensões no Octógono da Pina Luz! A artista mineira se desafia a ampliar suas esculturas, ganhando proporções bem maiores que de costume. Os tecidos, as linhas e os fios se entrelaçam compondo corpos abstratos que remetem à cultura afro-brasileira, explorando questões sobre identidade, ancestralidade e memória. A mostra se estende até abril de 2024, sendo que todos os sábados a entrada é GRATUITA. Assim como na Pina Contemporânea, nos demais dias os ingressos custam R$30 (inteira) e R$15 (meia).
⚽ Museu das Origens: Dividida entre o Itaú Cultural e o Instituto Tomie Ohtake, a mega exposição é quase uma segunda Bienal de tanto impacto que causa nos visitantes! Vá com tempo para apreciar e assimilar cada obra e o percurso narrativo que explora a preservação da memória cultural brasileira. A entrada é GRATUITA nos dois centros culturais e a exposição segue em cartaz até janeiro de 2024.
🏭 Flieg. Tudo que é sólido: Celebrando o centenário de Hans Gunter Flieg, a mostra destaca seu trabalho com foco em fotografia industrial, publicitária, arquitetônica e artística, bem como sua influência na Nova Objetividade alemã e a transição para a sociedade da informação. A exposição apresenta 108 obras de parede e cerca de 50 originais em vitrines de Hans Gunter Flieg, que atuou em São Paulo de 1945 até a década de 1980. A exposição no IMS segue em cartaz até janeiro de 2024 e a entrada é GRATUITA.
🌐 Tornar-se ORLAN: No Sesc Av. Paulista, a exposição Tornar-se ORLAN prestigia a influente carreira da artista francesa ORLAN. Com fotografias, vídeos e esculturas, a mostra explora temas feministas e tecnológicos, destacando sua notoriedade como artista contemporânea no cenário internacional. A exposição GRATUITA segue em exibição até janeiro de 2024.
✏️ Maxwell Alexandre na Casa SP-Arte: A mais nova exposição individual de Maxwell Alexandre, Novo Poder: passabilidade, Miss Brasil, conta com 20 obras inéditas do artista carioca produzidas especialmente para o espaço modernista. Vale aproveitar a visita para conhecer de perto a casa projetada por Flavio de Carvalho, localizada na Vila Modernista, no Jardins. A entrada é GRATUITA e a mostra fica em cartaz até 7 de outubro.
☀️ O curso do sol na Gomide&Co: A galeria localizada na Av. Paulista reúne cerca de 40 artistas em uma exposição sobre a diáspora japonesa na América Latina. As obras mesclam a cultura visual japonesa com referências políticas locais e culturais. É possível visitar a exposição até 14 de novembro e a entrada é GRATUITA.
👀 Perfil SP
Visitar uma edição da Bienal de São Paulo é sempre uma experiência cultural maravilhosa. Mas e quem está do outro lado do evento, mediando conversas, descobertas e saberes? Para entender um pouquinho dos “bastidores”, o Professor Mauricio Eloy nos contou como foi trabalhar nas 24ª e 25ª edições da Bienal:
“A importância que a Bienal tem não é só para a cidade de São Paulo, ela é importante para as pessoas de uma forma geral.
Logicamente que a cidade vai ter um ganho econômico, porque cria um turismo e vem gente do mundo inteiro ver a Bienal. Mas quem ganha mais são as pessoas que vão visitar, presenciar, discutir e tentar entender o que está se pensando e fazendo na arte de agora, a arte contemporânea.
Trabalhei no educativo da 24ª Bienal (1998), que o tema foi antropofagia, e as experiências foram as melhores possíveis! Estavam presentes nessa mostra os grandes artistas… Você tinha Magritte, Van Gogh, Reverón, Francis Bacon… ou seja, a nata da arte do século XX, principalmente.
Eu costumava chegar 1 hora, 2 horas mais cedo, e eu anotava questões multi particulares daquilo que eu entendia, daquilo que eu observava, e colocava em pauta para discussão com o público que eu recebia como educador de museu. Logicamente que as anotações tinham a ver com o meu olhar e eu não ia, não poderia, impor o meu olhar ao outro. Então, eu provocava os visitantes, seja a criança, o adolescente, o adulto… e até mesmo pessoas experientes na área como historiadores, que iam bastante.
(…) Minha experiência foi muito gratificante, principalmente a minha relação não só com a obra de arte in loco, mas também minha experiência enquanto observador e, claro, com o público. Foi muito interessante recolher a fala, desde a pessoa mais simples que nunca tinha entrado em um museu, nunca tinha visto uma obra de arte de perto, até a pessoa mais bem informada sobre arte. Eram olhares muito diferentes, mas por outro lado muito próximos também… enfim, a Bienal sempre é palco de ensinamento e de aprendizado pra gente tentar entender de fato o que se passa na arte no momento presente. Como eu gosto muito da arte do século XX, a 24ª edição da Bienal de São Paulo está marcada eternamente na minha memória.
Professor Eloy é formado em história da arte, linguagem cinematográfica e artes visuais. Trabalhou como educador em museus e espaços culturais por alguns anos, inclusive no educativo das 24ª (1998) e 25ª (2002) edições da Bienal de São Paulo. Atualmente dedica a vida aos livros no sebo Chama de Uma Vela, autodenominado o sebo/livraria mais caseiro de SP. Você pode entrar em contato com ele pela página @sebochamadeumavela ou visitá-lo diretamente no sebo, localizado no Butantã, para trocar uma ideia pessoalmente.
Até semana que vem!
Se você chegou até aqui, muito obrigada por nos ler!
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Alanaaaaaaaaaa, o que está a Bienal!!! Maravilhosa, imperdível! Pretendo voltar, pois em um dia conferi apenas metade dela! Agora quero ir a todas as expos que você indicou! Obrigada ♥♥♥