Alguma coisa acontece... na busca por respiro em SP
Às vezes de bem. Às vezes de mal. E assim seguimos, São Paulo.
Farol Verde
Yoga na Cantareira, TimBurton e modernismo em exposição e teatro:
🌳 Parque da Cantareira - 60 anos: O Parque Estadual da Cantareira está completando 60 anos e, claro, tem programação especial para comemorar! Aulas de yoga, caminhadas guiadas e um transporte especial diretamente para o mirante da Pedra Grande! É recomendado comprar o ingresso com antecedência pelo site.
🎨 Exposições - Sesc Pompeia: Últimos dias para conferir as exposições Marcela Cantuária: Propostas de Reencantamento e Flávio de Carvalho Experimental no Sesc Pompeia (ambas até 29/01). Toda a cor, força e feminismo da obra de Marcela Cantuária, ao lado da ousadia modernista de Flávio de Carvalho! Aliás, como parte de mostra Flávio de Carvalho Experimental, o Teatro Oficina apresenta O Bailado do Deus Morto, texto original do artista modernista, no teatro do Sesc Pompeia também!
🗓️ Tim Burton no CCBB SP: A maior mostra de filmes dedicada a Tim Burton já feita em SP desembarcou no CCBB SP! Ao todo são 42 filmes, palestras, masterclass, encontros de cosplay e muito mais. A mostra segue até 26/02 e ainda há ingressos para as sessões do final de semana. Ah, ingressos a R$5 (meia) e R$10 (inteira).
Um pouco de respiro em meio ao caos
Por Alana Carvalho do @vivasp_cultura
Todos temos semanas e semanas. E essa foi uma daquelas semanas. Ironicamente ou não para alguém que trabalha com a produção cultural e criação de conteúdo sobre a cidade, foi a semana do aniversário de São Paulo também. E, Deus do céu, como fiquei irritada com SP essa semana…
O trânsito infernal para chegar a qualquer lugar, as pessoas lerdas andando na sua frente, os longos minutos tentando atravessar a rua sem que carro nenhum pare para te deixar passar e até a falta de chuva que nem me poupar de regar as plantas poupou. Claro, a cidade não tem culpa nenhuma, fui eu mesma que projetei todos os problemas e irritações da minha vida pessoal para a cidade. Meio que naquela lógica de que é muito mais fácil extrapolar e se irritar com quem ou o quê está ali na sua frente do que enfrentar a raiz de tudo como a responsável adulta que teoricamente sou.
Só sei que em certo momento da semana, no meio de toda a sobrecarga mental, estafa, fora de casa e com uma vontade louca de apenas deitar em posição fetal, me vi caminhando no automático para acalmar um pouco a cabeça e acabei entrando, talvez por instinto, talvez por já conhecer a região, no Parque Casa Modernista, na Rua Santa Cruz. Sentei num dos bancos do parque, fechei os olhos e o canto dos passarinhos aos poucos foi me acalmando e restabelecendo um fiapo de energia para voltar e seguir.
Depois, já em casa, enquanto tomava banho, me lembrei de como, em outras vezes e momentos no passado, esse respiro e refúgio num canto com natureza foram a minha âncora. Nos tempos em que trabalhava na Av. Paulista, na altura da estação Brigadeiro, quantas não foram as vezes que fugia na hora do almoço para o jardim da Casa das Rosas ou o Parque Trianon. Ou, ainda, a vez que me sentar no Bosque das Cerejeiras, no Parque do Carmo, me salvou de reproduzir a cena de O Diabo Veste Prada em que Andy atira o celular na água enquanto a chefe não para de ligar.
Apesar de toda a irritação com a cidade, não há como negar que, invariavelmente, São Paulo coloca um refúgio em formato de praça ou parque no meu caminho. Enfim, às vezes de bem, às vezes de mal. E assim seguimos, São Paulo.
Perfil SP:
A cada semana, um pouquinho de SP pelos olhos de quem vive aqui.
"A primeira vez que eu vim para São Paulo, eu odiei! Eu não estou acostumada com o ambiente de cidade, eu sou do interior da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
Eu vim dar um acampamento de inglês com uma amiga e chegamos no aeroporto de Guarulhos meia-noite, para pegar um ônibus para o hotel. O aeroporto é grande e como ninguém entendia a gente, nos mandaram para o lugar errado, para a saída de táxis e carros de aplicativo. Nós ficamos paradas lá por duas horas até perceber que não era o local certo. Chegamos às 2h no hotel para acordar às 6h. Minha primeira impressão de São Paulo não foi lá esas coisas.
Mas como eu queria aprender português, eu fiquei em São Paulo pois tinham muitas escolas e meu namorado estava aqui... Ele me mostrou mais da cidade e, eu sei que é clichê, mas meu lugar favorito da cidade é o Parque Ibirapuera. Todos os prédios, a correria, o trânsito e os barulhos altos da cidade desaparecem na natureza linda. Com o barulho dos pássaros, é como dar uma fugida, e o Parque é grande. Lá tem sempre coisas para fazer, eventos culturais, sentar em volta do lago... E foi onde ele me pediu em namoro!
Agora eu amo São Paulo, e o engraçado é que eu nunca me imaginei gostando de cidades, eu vim de um lugar de praticamente florestas e agora eu amo aqui."
Miranda Santos cresceu e viveu na Carolina do Norte (EUA), mas se tornou paulistana de coração.
Aos trancos e barrancos, mas foi!
A editora pede desculpas pelo mau humor na edição da semana, mas c'est la vie…
Um meme para dar uma suavizada antes de encerrar e nos vemos na semana que vem (mais bem humorada, prometo):
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Também amo os refúgios de São Paulo. Dá uma sensação de aconchego, muito necessária neste ritmo frenético que vivemos né?