Alguma coisa acontece: a história de amor que começou com um post da Pinacoteca
Uma história de amor em meio a arte, cultura e museus em São Paulo <3
Nota da Editora: Tem histórias que aquecem o coração, né? Se for uma história que acontece em meio à arte, dates culturais e com direito à participação indireta (ou seria direta?) de um dos maiores museus da cidade, aí é que a gente derrete mesmo! Na edição de hoje, relembramos uma história de amor que começou com um post da Pinacoteca durante a pandemia e trazemos a resposta que todo mundo quer saber: a história de amor teve um final feliz mesmo anos depois? Boa leitura! :)
👀 Perfil SP:
Por Alana Benedetto, redatora do @vivasp_cultura
Quem nunca brincou de imitar uma obra de arte em um museu? Essa brincadeira, repostada pela página de um dos maiores museus da América Latina, foi o ponto de partida para uma história de amor entre um escritor e uma pintora. Diego nos conta como tudo aconteceu:
“Em um dia qualquer de isolamento social na Pandemia - já que naqueles tempos perdemos a noção dos dias -, rolando o feed da Pinacoteca de São Paulo, me deparei com um post de uma garota imitando a pose do quadro A Pintura (Alegoria) de Almeida Júnior. As cores do vestido dela ornando com a paleta da pintura, os braços e as mãos idênticos ao movimento retratado na obra, me encantei.
Adicionei aquela garota e para minha surpresa ela era pintora! Em suas postagens havia quadros e desenhos, e havia também fotos dela, era linda. Assim que tive a oportunidade, respondi um de seus Stories e, enfim, pude puxar papo com aquela garota de olhos encantadores.
Trocamos mensagens diárias pelo Instagram e falamos sobre arte. Para minha surpresa, ela conhecia muito sobre os principais movimentos artísticos dos quais eu sou fã, e conhecia profundamente vários pintores, suas obras e suas histórias particulares. Comecei a me apaixonar em segredo. Me mostrou então uma obra dela, uma releitura em aquarela do busto do rapper Sabotage. Disse a ela a minha impressão subjetivamente e ela adorou - de fato era uma obra incrível e de muito potencial.
Enviei meus textos e poemas a ela mensalmente, uma espécie de assinatura particular que ela adorou. Entre tantos assuntos relacionados à arte, chegamos até Dom Casmurro. De praxe tivemos nosso debate, "E aí traiu ou não traiu?". Mostrei-lhe a banda Beirut - uma das minhas favoritas - e a música Elephant Gun que toca na série do romance produzida pelos canais Globo - sequer imaginava que seria uma de nossas músicas hoje.
Certa madrugada em que não conseguia dormir recebi uma mensagem sua que me deixou de queixo caído: o início de um esboço da cena dos ‘Olhos de cigana oblíqua e dissimulada’. Sim, cada vez mais me via apaixonado pela garota que sequer tinha conhecido pessoalmente.
Uma manhã no trabalho, vários dias depois, recebo um pacote. Abro e me deparo com a sua obra em aquarela finalizada, aqueles ‘Olhos de cigana oblíqua e dissimulada’ eram inspirados nos olhos dela, e foi a primeira vez que os encarei tão de perto. Não acreditei que ela tinha me dado aquele quadro, e pendurei-o na sala da minha casa. Àquela altura era indispensável a ideia de conhecê-la pessoalmente, e enfim marcamos nosso primeiro encontro.
"E aí, pontual", eu disse ao me aproximar e vê-la no horário marcado me esperando em frente ao prédio do Centro Cultural FIESP, na Paulista - o que dificilmente tornou a se repetir rs. Fomos até um barzinho e passamos uma tarde deliciosa.
Eu havia ganhado uma aposta dela num clássico entre São Paulo e Palmeiras - sim, ela é palmeirense para meu azar -, e a surpreendi ao entregar um pacote no qual ela achava que era parte da aposta a ser paga, como uma camisa para ela vestir ou algo do tipo. Mas não, era um livro de um dos pintores favoritos dela, Mucha.
E, quase no final do nosso encontro, demos nosso primeiro beijo. Depois de um tempo tornamos a nos encontrar, dessa vez na Casa das Rosas para um café, e após, a peça Uma Unidade Astronômica, no mezanino do Centro Cultural da FIESP. No meio da peça, senti meu coração acelerar pela primeira vez e me indicar que havia algo diferente. Enquanto segurava a sua mão, tocou Only Time, de Enya em uma das cenas, e ali senti, com as suas mãos nas minhas, que estava apaixonado de verdade por aquela pintora.
Foi inevitável o pedido de namoro. Numa tarde de domingo na minha casa, após um almoço especial, assistimos ao empate de São Paulo e Palmeiras, e no final do jogo, deitados no sofá quase na hora de ela ir embora, a pedi em namoro, e ouvi como resposta o "sim" que me deu o privilégio de ter como meu amor aquela pintora que um dia imitou o quadro na Pinacoteca, e que sequer imaginou que um escritor iria ver aquela foto e se apaixonar”.
E aí você nos pergunta: o relacionamento seguiu adiante?
Me fiz essa mesma pergunta um dia desses, relembrando essa história, e resolvi dar aquela stalkeada básica no Instagram. Para minha grata e feliz surpresa, descobri que a Dai e o Diego continuam juntos! Claro que não me aguentei de curiosidade e enviei uma mensagem para a Dai para saber se a arte e a cultura, que de um jeito bem inusitado uniram o casal lá atrás, ainda permaneciam presentes no relacionamento deles. Com a palavra, nosso casal fofíssimo:
“Oi pessoal, aqui é o Diego! E aqui é a Daiane, se nós continuamos frequentando eventos culturais? Claro!
Inclusive pela primeira vez na vida assisti à uma ópera, o Diego me levou ao Theatro Municipal e desfrutamos de um lindo espetáculo, logo depois tomamos uns drinks deliciosos no charmoso subsolo do Bar dos Arcos.
Ah, também levei a Daiane para conhecer o MIS, numa mostra incrível do cineasta Billy Wilder, com direito a Marilyn Monroe em holografia e tudo!
Eu e o Diego adoramos filmes, e como bons cinéfilos amamos frequentar o PlayArte Marabá na República, além do REAG Belas Artes, cinema de rua é tudo! E claro que não poderia faltar as peças de teatro, adoramos as peças do SESI/FIESP na Paulista, um palco magnífico, além das peças contemporâneas do espaço Mezanino que são impressionantes também!
Agora pensar num evento marcante para ambos, que tenha impactado de forma mais significativa ainda? Acho que concordamos que foi “Tarsila, a brasileira”! Montagem espetacular no Teatro Santander, elenco talentosíssimo, fora o privilégio de poder ver ao vivo Claudia Raia e Jarbas de Mello! Sem dúvida foi o nosso evento favorito deste ano!
Nosso último rolê cultural? Memorial da América Latina com a feira gastronômica “Comidas do Mundo”, e dia 02 de novembro vai rolar também a Festa de los Muertos que vai ser imperdível!
A arte e a cultura foram nosso cupido, e agora completando 2 anos de namoro neste mês de outubro seguimos mais do que nunca frequentando eventos culturais!”
Que a arte e a cultura sigam acompanhando o casal que, um dia, um post da Pinacoteca uniu! ❤️
Diego é escritor, Daiane é artista. Ambos são apaixonados por arte, literatura e, claro, experiências culturais. Você pode acompanhá-los em @daisenhando e @diegodoprado_.
🚦 Farol Verde
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🎭 Para outras dicas do que fazer em São Paulo, não deixe de conferir a edição com as experiências culturais de outubro:
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Alana, que história de amor linda! Eu devorei seu texto! Amo demais esta newsletter! Obrigada ♥♥♥